MOGAI é uma sigla em inglês para "Marginalized Orientations, Gender Alignments and Intersex". A tradução é "Orientações e Alinhamentos de Gênero Marginalizados e [pessoas] Intersexo". 

        Apesar de comumente interpretarem que o termo se refere a identidades marginalizadas dentro da própria comunidade LGBTQIA+, na verdade ele serve para qualquer identidade marginalizada dentro da sociedade. Basicamente, toda pessoa que não é cisgênero, hétero, allosexual, alloromântica e/ou perisexo (CHAP) é parte da comunidade MOGAI. 

        OBSERVAÇÃO: É importante ressaltar que uma condição de existência da comunidade MOGAI, referente às "identidades socialmente marginalizadas", é principalmente a visão católica que predomina no mundo ocidental. Culturas diferentes têm identidades e visões diferentes, então CHAP não é o padrão em cada uma. 

        MOGAI é sinônimo de LGBTQIA+ e de Queer. "Por que usá-lo, então? Já não existem outros termos?". Antes de tudo, escolher qual termo usar é uma questão subjetiva e individual. As pessoas podem se incomodar com certas coisas a respeito desses dois últimos termos, então vamos falar sobre as principais:
        → LGBTQIA+ é uma sigla com inúmeras variações, sendo algumas delas LGBT, LGBTIQ, LGBTTQQIAAP, entre outras, e essa "inconsistência" de termos, já que não há um consenso universal, é considerada um ponto negativo por alguns. Suas diferentes variações muitas vezes deixam algumas identidades em "segundo plano", fazendo com que elas sejam representadas pelo +, por exemplo. 
        → LGBTQIA+ é uma sigla construída letra por letra, e, com suas variações, acaba não tendo uma definição concreta, então podem ser atribuídos diferentes significados às letras, o que é confuso e de certa forma abre espaço para interpretações errôneas, como achar que o "A" é sobre a inclusão de "aliados" na comunidade.
        → Queer é um termo que significa "excêntrico", "esquisito". Ele já fazia parte da língua inglesa algum tempo antes de seu primeiro registro como referência a homens homossexuais, que foi numa carta escrita em 1894 pelo Marquês de Queensberry. Esse uso da palavra foi feito com uma conotação negativa e pejorativa. Foi por volta desse ano que seu uso depreciativo nos EUA começou a se popularizar.
        Segundo o livro "The Concise New Partridge Dictionary of Slang" (1937), em 1914 "queer" começava a ser usado como um termo de identificação pessoal na "subcultura gay" e era visto como uma palavra "depreciativa por pessoas de fora, mas não por pessoas de dentro". Após alguns anos, principalmente entre o fim dos anos 80 e o início dos 90, ela foi sendo adotada por mais e mais pessoas como símbolo de orgulho.
        Apesar da ressignificação, algumas pessoas não se sentem confortáveis usando o termo por ele ter surgido com uma conotação negativa e ainda ser usado de forma pejorativa por homofóbicos.

        MOGAI é um termo prático e positivo que representa todas as pessoas "não-CHAP" como uma unidade, além de não carregar nenhum sentido pejorativo em sua origem. 


Referências: